


Hoje temos um relato de uma leitora assídua e entusiasta aqui do blog, a Carla de Bona. Como eu esperava, o blog acabou virando uma grande terapia em grupo. O desabafo de hoje, já aviso, é intenso. Se você tem coração fraco e/ou é defensor das causas leguminosas, esse lugar não é pra você. Não hoje. Acaba com ela, Carla!
“Não sei como se começa um post no blog do vizinho… Como o salvem esse corpo porque a alma tá perdida! tem toda uma vibe terapia coletiva, vou começar dizendo oi:
"Meu nome é Carla, tenho 26 anos, sou chocólotra compulsiva (lê-se: totalmente descontrolada) e já fiquei 18 dias sem comer um grão de chocolate se quer…(pode me ver aquelas estrelinhas de abstinência aí, pq isso é um recorde histórico!) e estou nessa de tentar salvar o corpo!"
Pois bem, o assunto não é chocolate, é berinjela! Sim, eu invejo as pessoas que comem berinjela e acham deliciosa! Como assim? Onde tem essa berinjela gostosa? No meu mercado não tem não...
Explicando melhor, eu tô toda trabalhada numa vibe de tentar fazer escolhas mais saudáveis. A minha atual batalha é: Vença seu trauma de berinjela, Carla! Tá, mas não dá! Berinjela não tem nada de gostoso, nada! Mas eu sou esforçada, eu busquei ajuda (papo de viciada… rsrsrs) e pessoas me deram diversas receitas com berinjela.
Sabe o que eu percebi? Que todas as receitas que me deram de berinjelas dão uma maquiada na berinjela! Na verdade tentam esconder a pobre coitada. O que me fez concluir o óbvio: berinjela não é bom, definitivamente! E ela só fica boa misturada com outra coisa. Isso só me leva a ter certeza que: berinjela, por si só, não é gostosa não, a gente come pq ela é saudável e toda nutricionista fica orgulhosa quando você come berinjela.Mas não me enganem! Afinal, tomate eu como puro (quando eu era criança eu comia igual a maça #louca) e acho gostoso!
Um amigo meu no facebook (porque esse post nasceu da minha frustação postada no fb em não conseguir achar berinjela gostoso e o marcelo pediu pra eu compartilhar aqui) definiu todo o problema de identidade da berinjela:
Daniel diz: "Como diz um amigo meu, beringela não passa de um legume metido a carne. Isso de quererem fazer à parmeggiana, frita e empanada... falta de respeito com a verdadeira proteína."
Em resumo, a regra é: se for bom puro, vai ficar bom misturado com qualquer coisa (vide o tomate). Se não é bom puro, a gente faz um makeup na fruta/legume/verdura pra conseguir comer porque é saudável e porque fazer dieta e sofrer são sinônimos. Deveria estar no Áurélio!
Só pra fechar, eu não consigo não parar de pensar que o meu trauma de berinjela vem dessa dieta aqui:
1 berinjela pequena, 1 limão inteiro e 1 copo de água, bate tudo no liquidificador coa, toma em jejum e só toma café depois de 30 minutos. Além de emagrecer, o composto berinjela-água-limão ajuda a queimar gordura localizada.
Funciona? Sim, funciona!
Há uns anos atrás eu fiz durante um mês e emagreci 7 kilos (eu fazia academia na época, mas não fazia dieta). Mas o gosto é horrível! Sempre que eu tento comer berinjela, eu lembro da sensação horrível que eu tinha tomando essa gororoba.
Se você decidir fazer isso aí, não escove os dentes antes de tomar esse negócio. Experiência própria! Fica pior ainda! #ficaDica
Ah, eu não sabia que berinjela ou beringela tinha dois jeitos de escrever! :O No fb eu escrevi beringela, dai fui no google procurar essa dieta (que é famosa) e o google disse: "Você quis dizer berinjela", já achei que tinha feito um assassinato no português da berinjela, mas não... tá todo mundo vivo! UFA! Vivendo e aprendendo...
Capítulo berinjela encerrado. Go!”
- Carla de Bona, super designer e blogueira do delicioso Massa Cultural.
Adoro que além do relato, rolou a superdica da dieta da berinjela! É desse tipo de dieta que a gente curte! Parece que quanto mais sofrimento a gente passar, mais a gente merece os benefícios da dieta, né? Taí a dieta do tic tac que não me deixa mentir. Adoro a riqueza de detalhes. Dá quase pra sentir o gosto da gororoba. E adoro saber que o blog dá um suporte pra essas pessoas loucasdadieta não se sentirem sozinhas. Você leu direito. A intenção aqui não é fazer você, leitor, se sentir menos louco. Não tenho nada com a loucura dos outros, não! Mas se a surtada que tá chupando alface, enquanto lê esse texto, se sentir menos sozinha nesse mundo, já estamos felizes! Primeiro de tudo, queridjenha, procure um médico, porque não to muito na vibe de ser responsabilizado pela morte de gente louca. Segundo, é verdade: você não está sozinha. Enquanto o seu efeito sanfona existir, eu vou estar lá pra rir do seu desespero com você!
Se você curtiu o relato e tem algum desabafo a fazer, escreve um e-mail pra gente! Dicas de dietas benlokas também são super bem vindas! salvemessecorpo@gmail.com
Depois de uma pausa vergonhosa, estou de volta à minha rehab alimentar. Esse tempo sem postar fez toda a diferença. Carrego o peso extra de ter abandonado o blog por alguns meses, e esse peso não é só na consciência. É que eu ganhei alguns quilinhos durante esse tempo. Quilinhos? Cheguei no meu auge. Nunca estive mais fora de forma e mais sedentário! Sou um case de sucesso para o corpo perdido do dia. Não que tenha sido uma grande perda, mas a vergonha é grande: “Oi, meu nome é Marcelo, tenho um blog de dietas (dieta não, reeducação alimentar!) e sou gordo”. Não combina, né? Blog bom de dieta é blog de ex-gordinho! Peço desculpas à você que depende do blog para se manter na linha. Primeiro, pobre de você! Não sou o melhor exemplo de dedicação e disciplina quando o assunto é alimentação. Mas se você quiser companhia prar rir de desespero, tamo junto!
Essa semana, resolvi começar pelo óbvio. Voltei do trabalho à pé pra casa. Não que fosse um grande trajeto. Mas aqueles 20 minutos me fizeram repensar muita coisa da minha vida. Cheguei em casa parecendo que tinha rebocado um caminhão com os dentes até ali. Não estou falando só de cansaço e suor. Uh, delícia! Estou falando de tontura e tremedeira. Sabe aquela sensação gostosa do pré-desmaio? Visão turva, moleza, impressão de que a morte deu um passo na sua direção. Curti essa vibe por algum tempo, não porque estava bom, mas porque eu não tinha forçar pra rastejar até a cozinha pra caçar alguma coisa pra comer. Sobrevivi. No dia seguinte, repeti a aventura de caminhar pelo mesmo trajeto e dessa vez nem morri muito. Talvez estivesse distraído pelo vento frio que cortava a minha cara. Meus esforços estavam concentrados em manter minha temperatura corporal e batimentos cardíacos. Sobrevivi.
A ideia é, aos poucos, ir aumentando o percurso e tirar aquela obrigação de ter um horário/situação ideal para fazer atividade física. Caminhar sem rumo nunca foi muito a minha cara. Andar numa esteira, também não, muito obrigado! O dia que eu acordar morrendo de vontade de me sentir um hamster, vou me lembrar da sugestão.
E respondendo aos pedidos de casamento nos comentários, a minha resposta é não. Desculpa, mas isso é contra os meus princípios. Todo mundo sabe que casamento engorda.